Autor(a): Iara Waitzberg Lewinski
Data: 13/02/2009 09:49:27
O que é comida kasher?
O termo kasher, ou kosher, designa os alimentos que foram preparados de acordo com as leis judaicas de alimentação (kashrut), de origem bíblica. Tais leis são seguidas por motivos puramente espirituais.
Entre as carnes de animais terrestres, poderão ser kasher apenas as de ruminantes com casco totalmente fendido. As mais comumente consumidas são as de boi e carneiro. O porco, embora tenha o casco fendido, não é ruminante, portanto, não é kasher. Da mesma forma, a grande maioria dos animais terrestres - que não apresenta ambas as características - não é permitida. Entre as aves, podem ser kasher as do tipo doméstico, como galinha, peru, ganso e pato, mas nunca as selvagens e de rapina.
Tanto os mamíferos quanto as aves mencionados, apenas serão efetivamente kasher se forem abatidos conforme os preceitos da religião, ou seja, sem que o abate cause sofrimento. Os animais ainda devem ser verificados quanto a doenças e imperfeições internas. As carnes também passam por um processo no qual são salgadas e ficam de “molho” até que todo o seu sangue seja removido. A proibição de comer sangue estende-se também aos ovos, que devem ser cuidadosamente verificados antes do consumo, para verificar a ausência de manchas de sangue na clara ou gema.
Os peixes kasher são os de barbatanas e escamas, tais como sardinha, salmão, robalo, atum, bacalhau, pescada, linguado, namorado, corvina, dourado, entre outros. Os peixes de couro, como cação e pintado, não são kasher, assim como frutos do mar (camarão, lagosta, ostra, mexilhão, caranguejo, lula, etc) e répteis.
No caso das ovas, poderão ser consumidas quando provenientes de peixes kasher. Normalmente, são permitidas as ovas vermelhas e proibidas as pretas, uma vez que não há ovas vermelhas provenientes de peixes não kasher.
O leite próprio para o consumo segundo a kashrut passa pela supervisão de um rabino, que vai desde a verificação da ordenha até o engarrafamento ou embalagem completa do alimento. Isto garante a procedência do animal e também que, durante o processo, o leite não seja misturado ao de animais não kasher.
Vegetais, legumes, grãos e frutas são considerados parve, ou seja, podem ser consumidos em qualquer preparação, desde que passem por um rigoroso processo de higienização, no qual se garanta a ausência de insetos.
Enlatados e demais alimentos industrializados só poderão ser consumidos se a embalagem indicar que o produto é kasher. Nestes casos, aditivos como óleos e temperos também devem ser verificados.
Para certificar estes produtos, um selo específico é colocado na embalagem, indicando que aquele alimento passou por uma confiável supervisão e pode ser consumido com segurança pelos seguidores da kashrut.
Outro detalhe importante é a combinação dos alimentos. Mesmo nos casos de alimentos kasher, é preciso ter atenção na hora de servi-los durante uma refeição. Carnes, seja de mamíferos ou aves, não podem ser consumidas com ovos ou leite e seus derivados.
Também não se pode utilizar nenhum utensílio em leites, iogurtes ou queijos, por exemplo, que tenha sido anteriormente usado para manipular carnes, e vice-versa.
Bibliografia (s)
Topel MF. As leis dietéticas judaicas: um prato cheio para a antropologia. Horiz. Antropol. 2003;9(19):203-22. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v9n19/v9n19a08.pdf. Acessado em: 02/02/2009.
Cretella RV. Alimentos kosher – revisão bibliográfica. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. 2007;5(7). Disponível em: http://www.revista.inf.br/veterinaria09/revisao/edic-v-n9-RL02.pdf. Acessado em 02/02/2009.
Dayan E. Peixe casher. In: Casher na prática – coletânea de leis e costumes ligados à dieta alimentar judaica. 1ed. São Paulo; Editora Sêfer. 2006. p 27-29.
Nenhum comentário:
Postar um comentário