quarta-feira, 5 de março de 2014

Pentateuco - Introdução *

Professor Janildo Arantes: Pentateuco - Introdução *: --> O PENTATEUCO


O PENTATEUCO
 


Os cinco primeiros livros da Bíblia formam um só bloco chamado Pentateuco (penta = cinco; teucos = volumes). São eles:
Gênesis (criação);
Êxodo (saída do povo);
Levítico (leis rituais);
Números (por causa do recenseamento do povo);
Deuteronômio (deuteros = segunda; nomos = lei) repetição de todas as leis contidas no Pentateuco.
Estes livros eram a base da tradição judaica, o fundamento da religião. O conjunto deles era designado pelo nome de "torah", a lei, o livro da Moisés. Mesmo alguns grupos que se afastaram dos judeus conservaram o Pentateuco, como os samaritanos.
Quanto à interpretação, no princípio todos acreditavam ter sido escrito integralmente por Moisés. Havia uma tradição segundo a qual ele foi escrito por Deus e entregue a Moisés pelos anjos. Mas só alguns trechos se sabe foram escritos pelo próprio Moisés (mandamentos, batalha dos amalequiitas... ). Até a Idade Média, entretanto, prevaleceu a idéia da autoria mosaica, embora alguns estudiosos, por esse tempo, já desconfiassem disso.
Foi no século XVIII que começou o trabalho da crítica literária, estimulada pelos achados arqueológicos e descobertas científicas, o que proporcionou um estudo mais científico do texto.
Descobriu-se que há uma diversidade de estilos, de vocabulários (Javé=Eloi=Deus; Sinai=Horeb), de tendências teológicas (mais atrasadas ou mais evoluídas)... Estes indícios levaram alguns autores a discutir sobre a origem do Pentateuco.
A princípio, pensou-se em uma coleção de documentos independentes. Outros entendiam como uma seqüência lógica: houve um documento base ao qual outros foram acrescentados. O certo é que encontraram finalmente e distinguiram claramente quatro fontes principais. Isto foi um grande choque para a Igreja Católica, porque veio romper uma tradição de muitos anos. Além do mais, estas novidades foram descobertas por críticos racionalistas, que não deixaram de usá-las para seus propósitos contrários à religião.
Os exegetas católicos ainda não chegavam a este ponto do estudo crítico, mas eles reconheceram a validade de certos argumentos e passaram a estudar. O iniciador foi o Padre Lagrange, mas não teve muita aceitação na época, por isso abandonou os seus estudos. Os comentários de outros autores não tratavam de questões criticas (não eram críticos), mas apenas explicavam. Assim foi até 1943, quando o Papa Pio XII, na encíclica Divino Afflante Spiritu, deu uma abertura maior aos teólogos. Só aí se começaram a estudar abertamente e com profundidade os gêneros literários, coisa que os protestantes há tempos já faziam. Deste modo, a exegese católica começou atrasada. E a “formgeschichte” (história das formas), que os protestantes já utilizavam, só em 1967 foi aceita por Paulo VI; antes era heresia.
AS TRADIÇÕES PRIMITIVAS


As quatro fontes principais do Pentateuco são as quatro tradições hebraicas:
A javista, do sul; assim denominada por chamar Deus de Javé;
A eloista, do norte; assim denominada por chamar Deus de Eloi. Ambas são do séc. X a.C.
A sacerdotal, foi descoberta depois esta tradição mais recente. E finalmente,
A deuteronômica, uma repetição das anteriores.
Por volta do ano 398 a.C., um autor ou vários autores juntando estes documentos escreveram o Pentateuco.
A tradição JAVISTA é a catequese antiga dos hebreus na parte do sul, catequese oral que se ministrava nas reuniões dos santuários. A princípio, os estudiosos acreditavam se tratassem de fontes escritas, mas depois se descobriu que somente por volta do ano 950, tempo de Salomão, é que foi escrita a tradição do sul, em Jerusalém; uns 100 ou 50 anos depois desta foi escrita a tradição do norte, em Samaria. E no tempo da queda de Samaria (721/722 a.C.), os sacerdotes fugiram para Jerusalém e lá encontrando outra tradição, fundiram ambas. Assim a tradição ELOISTA foi incorporada à javista.
No ano 622 a.C., no reinado de Josias, uns pedreiros que faziam reformas no templo encontraram um livro da lei (cf. II Reis, 22,8 ss.). Os críticos hodiernos são quase unânimes em afirmar que este livro corresponde ao Deuteronômio na Bíblia atual. Foi redigido no séc. VII, e nele há vários tipos de leis:
a) leis muito antigas, constantes em outras legislações não hebraicas, mesmo anteriores a Moisés;
b) leis do tempo de Moisés;
c) leis posteriores, atualizadas após a estabilidade em Canaã.
O DEUTERONOMIO hoje é considerado não só como um livro, mas como uma escola, da qual este livro faz parte.
Em 587 a. C., durante o exílio da Babilônia, o povo sentiu a necessidade de outra atualização das leis. Isto deu origem à tradição SACERDOTAL, iniciada no tempo do exílio e terminada logo após (séc. IV). Depois disto, um autor (ou vários autores) tomou estas tradições escritas e com base nelas redigiu o nosso Pentateuco, pelo ano 398 a. C.
CRONOLOGIA


Convém notar que os textos mais antigos da Bíblia nem sempre são os que vêm apresentados em primeiro lugar nas edições. Por exemplo, de onde os hebreus tiveram a idéia de criação do mundo, que contém uma teologia bem diferente das cosmogonias da época?
Tudo começou com a catequese do povo. A primeira catequese de Israel data do ano 1100 a.C., quando os hebreus entraram na terra (cap. 24 de Josué). É a crença em Deus Pai que os tirou do Egito e trouxe para a terra onde corre leite e mel. Daí surgiu a pergunta: como foi que chegaram ao Egito, de onde fugiram? A partir daí vieram regredindo nas perguntas para os Patriarcas (Jacó, Isaac, Abraão) e para a narrativa da criação. Por isso, a narrativa da criação pertence ao último grupo cronológico de perguntas, e foi das últimas páginas compiladas.
Os 11 primeiros capítulos do Gênesis, até pouco tempo se acreditava que tinham sido diretamente revelados primitivamente por Deus, mas hoje hão se aceita mais isto. Crê-se que a superioridade de conceito teológico em relação aos outros povos se deu em Israel a partir de uma reflexão, na qual foram seguramente guiados por Deus. Os escribas de Israel, que eram encarregados de instruir o povo, refletiram sobre as perguntas feitas e chegaram a estas conclusões. O seu modo de falar reflete a visão do mundo que eles viviam, ou seja, a terra como um prato de areia sobre colunas em cima das águas (inferiores), coberta por uma abóbada onde estavam pendurados o sol, a lua, as estrelas, e ainda por cima as águas (superiores). O que o autor queria era demonstrar é que tudo aquilo havia sido organizado por Deus, ou seja, criado por Deus e colocado lá em cima por ele.
Pode-se dizer que isto é história? Sim, em certo sentido, não no sentido científico atual de história, mas como história da salvação, que não dá tanto valor aos fatos em si, mas à interpretação, à mensagem do fato. Não se sabe quando começou realmente a história humana, porque no começo o homem não escrevia, o que só aconteceu a 3.000 anos A.C. Mesmo assim, para fazer história, o homem daquele tempo usava os meios à disposição: mitos, sagas, lendas...
Então, toda a história de Israel tem origem de seu Credo. Desta origem há duas versões: a primeira, no cap.24 do livro de Josué, diz que era recitado por ocasião da colheita pelo sacerdote (na ocasião da apresentação das colheitas no templo); a segunda está no Deuteronômio, 26, 5. O certo é que a Bíblia é a interpretação da história, que servia para a catequese. Foi a mensagem encontrada nos acontecimentos que eles escreveram. Neste sentido, Bíblia se identifica com história e com “kerigma” (anúncio, apelo).
No inicio, principalmente, foi muito difícil de ser formado devido à falta de documentos e testemunhas, por isso eles fizeram uso de vários mitos e sagas que conheciam, procurando ligá-los o mais possível. E para dar maior credibilidade histórica, aqui ou ali eles intercalavam uma genealogia.
 
PENTATEUCO
I. Nome e divisões do Pentateuco.
Pentateuco é o nome pelo qual, tradicionalmente, se conhece o grupo dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Trata-se de uma palavra de origem grega que pode ser traduzida por "cinco estojos", fazendo referência aos estojos (caixas ou vasilhas) onde, na Antigüidade, se guardavam e protegiam da deterioração os rolos de papiro ou de pergaminho utilizados como material de escrita. Os judeus designam, por sua vez, esses livros com o título genérico de Torah, termo hebraico que, apesar de ter sido traduzido de forma habitual por "lei", na realidade, tem um significado mais amplo. Torah, de fato, inclui o conceito de "lei" e, até com maior propriedade, os de "guiar", "dirigir", "instruir" ou "ensinar" (cf. Dt 31.9).
O Pentateuco, ainda que se apresente dividido nos referidos cinco primeiros livros da Bíblia, constitui, na realidade, uma unidade essencial. A divisão corresponde a uma época já remota: encontra-se na tradução grega do Antigo Testamento, a chamada Septuaginta ou Versão dos Setenta, que data do séc. III a.C. (Ver a Introdução ao Antigo Testamento). A causa da separação dos livros foi a dificuldade de dispor o texto completo de todos eles em um único rolo, o que seria impraticável por causa do volume excessivo.
Os nomes de origem grega adotados pela Igreja cristã greco-latina como títulos desses cinco livros são os mesmos com que foram designados na Septuaginta. Correspondem respectivamente ao conteúdo de cada um dos textos e consideram cada caso ao destacar um determinado fato ou assunto assim, Gênesis significa "origem" Êxodo, "saída" Levítico, "relativo aos levitas" Números, "conta" ou "censo" Deuteronômio, "segunda Lei". Quanto à tradição hebraica, limita-se, em geral, à norma de intitular os livros com alguma das suas palavras iniciais: ao primeiro chama de Bereshit (no princípio) ao segundo, Shemoth (nomes) ao terceiro, Wayiqrá (e ele chamou) ao quarto, Bemidbar (no deserto) e, ao quinto, Debarim (palavras).
II- O Pentateuco e a história
Característica essencial do Pentateuco (ou Torah) é a alternância de seções narrativas com outras dedicadas a instruir o povo de Israel e a regulamentar a sua conduta, tanto na ordem ética pessoal e social como, muito especialmente, na religiosa.
Em uma primeira parte, que abarca todo o Gênesis e até o cap. 19 de Êxodo, predomina o gênero narrativo. Nessa seção, os relatos se enlaçam uns aos outros, somente interrompidos aqui e ali por algumas passagens de caráter normativo (p. ex., Gn 9.6 17.9-14 Êx 12.1-20). De Êx 20 em diante prevalecem os textos destinados a estabelecer as normas e disposições nas quais Deus revela o que quer e espera do seu povo. Dessa maneira, desde o impressionante pano de fundo de uma epopéia que vai da criação do mundo à morte de Moisés (Dt 34.12), o Pentateuco mostra-se como o depósito da vontade de Deus manifestada na forma de ensinamentos, mandamentos e leis, cujo objetivo primordial é configurar um povo santo, que seja portador fiel perante o resto da humanidade da oferta divina de salvação universal.
Formação do Pentateuco
Uma obra complexa, extensa e de grande valor religioso e cultural como o Pentateuco manifesta uma série de particularidades estilísticas, literárias e temáticas que se deve levar em consideração ao se estudar o processo da sua formação.
Em primeiro lugar, há certos textos bíblicos que revelam a existência de fontes anteriores ao próprio Pentateuco, como, p. ex., o chamado Livro das Guerras do SENHOR, expressamente citado em Nm 21.14.
Em segundo lugar, achamo-nos diante de uma obra literária rica em conteúdo e complexa em composição, que freqüentemente deixa perceber o eco de diversas etapas e distintos narradores. Assim ocorre com as variantes registradas nos dois textos do Decálogo (Êx 20.1-17 Dt 5.1-21) ou com as quatro apresentações do catálogo de grandes festas religiosas israelitas (Êx 23 34 Lv 23 Dt 16) ou com certas histórias, como a da despedida de Agar e Ismael (Gn 16 21.8-21) ou com o ocultamento da condição de esposa nos casos de Sara e Rebeca (Gn 12.10-20 20.1-18 26.6-14). Cada uma dessas narrações oferece detalhes próprios, que a singularizam e a fazem aparecer como relato original e não como mera repetição de um texto paralelo.
Também com respeito ao vocabulário e estilo observam-se, no Pentateuco, numerosos matizes diferentes. Assim, p. ex., em Gênesis, que começa com uma dupla apresentação do relato da criação (1.1-3.24): enquanto que na primeira o Criador é chamado de Elohim (forma hebraica usual para designar Deus), na segunda é chamado de YHWH Elohim, expressão traduzida por "SENHOR Deus" na versão de João Ferreira de Almeida. A partir desses relatos e até o momento em que Deus se revela a Moisés no monte Horebe (Êx 3.1-15), a alternância dos nomes divinos mantém-se com relativa uniformidade.
Algumas passagens do Pentateuco caracterizam-se pelo seu frescor e espontaneidade (p. ex., Gn 18.1-15) outras, como acontece em Levítico, recorrem a uma linguagem jurídica de grande precisão, para tratar de temas legais ou relativos à pratica do culto de Israel e ainda há outras (como Deuteronômio) que introduzem cálidos acentos, mesmo ao proclamar a Lei e ao exortar o povo a obedecer-lhe em devida resposta ao amor de Deus.
A análise dos indícios mencionados revela que o Pentateuco é o resultado de um processo lento e muito complexo, em cuja origem descobre-se a figura de Moisés, o grande libertador e legislador que, com a sua personalidade, marcou o espírito e a história do povo de Israel um processo que se encerra com a coleção formada pelos cinco primeiros livros da Bíblia.
Na formação do Pentateuco há um importante trabalho inspirado, que compila, ordena e redige narrações, séries genealógicas e conjuntos de leis que, durante séculos, haviam sido transmitidas oralmente de uma geração para outra. Nele está contida a herança espiritual que Moisés legou ao povo de Israel, uma herança viva, fielmente transmitida e enriquecida com o passar dos séculos.
Os principais temas e as seções correspondentes do Pentateuco podem ser analisados segundo o esquema seguinte: 1. Desde a criação do mundo até a genealogia de Abraão (Gn. 1-11). 2. A história dos Patriarcas (Gn 12-50). 3. A saída do Egito (Êx. 1-15). 4. Desde o Egito até o Sinai (Êx 16-18). 5. A revelação do SENHOR no Sinai (Êx. 19-Nm. 10). 6. Desde o Sinai até Moabe (Nm. 10-36). 7. O livro de Deuteronômio (Dt. 1-34).
Fonte:
iLúmina - A Bíblia do século XXI
Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada
OUTRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PENTATEUCO

INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO

1. Os primeiros cinco livros da Bíblia. Na língua grega penta significa cinco e teuco significa livro.
Fala do período de tempo: da Criação até Josué; ou do Jardim do Éden até a Entrada na terra prometida do povo de Deus (desta banda do Jordão, Josué 1:14), 4000 - 1460 a. C.
Criação a Abraão 4000 - 2000 a. C. (Gênesis 1-11). Abraão a Moisés 2000 - 1500 a. C. (Gênesis 12-50). O Êxodo (a saída do Egito) 1500 - 1460 (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
2. A Autoria do Pentateuco. Os Hebreus não eram analfabetos (como muitos dizem), mas educados, de letras e com capacidade de escrever e ler bem. Moisés estudou nas escolas do Faraó do Egito.
O Pentateuco é reconhecido pelos Judeus de todo o tempo como escrito por Moisés (Mc. 12:19). Jesus aceitou que Moisés era o autor do Pentateuco (Mc. 12:26. João 1:17 e 45).
3. Gênesis - a sua relação ao resto da Bíblia. A introdução inclusive e ampla da Bíblia inteira.
Os fatos e ensinos de Gênesis são a fonte de todos os rios de verdade bíblica. A raiz de que cresce a árvore da revelação de Deus. Gênesis é a sementeira da Bíblia toda. É essencial entender isto.
Os temas e doutrinas principais da Bíblia são comparáveis aos rios grandes que vão aprofundando, alargando e estendendo-se mais e mais. Todos os temas e ensinos vêm da mesma fonte - Gênesis.
Gênesis é a explicação original e inicial de todo o resto da Bíblia. Este livro tem maior propósito do que todos os outros livros bíblicos.
Quem quer entender a Bíblia deve começar com a introdução dela - Gênesis. Gênesis é muito importante, é por isso que Satanás quer destruí-lo.
4. Gênesis - sua relação ao Pentateuco. Há uma perfeição e integridade acerca do Pentateuco.
Estes cinco livros nos dão uma história humana consecutiva de 2500 anos e uma união espiritual progressiva.
A Vista Humana de Gênesis - A relação do povo de Deus para com o seu Deus.
Gênesis - Ruína (pecado e queda). Êxodo - Redenção (pelo sangue do cordeiro e poder divino). Levítico - Comunhão (pela expiação). Números - Direção e Correção (a vontade de Deus na vida). Deuteronômio - Destino Predeterminado (pela fidelidade de Deus).
A Vista Divina de Gênesis - A relação de Deus para com o seu povo.
Gênesis - A soberania de Deus na criação e na eleição. Êxodo - O poder de Deus na redenção e na libertação. Levítico - A santidade de Deus na separação e na santificação. Números - A bondade e severidade de Deus em cuidar e julgar o seu povo. Deuteronômio - A fidelidade de Deus na disciplina e no destino.
O Pentateuco é uma Mini - Bíblia!
5. Gênesis e Apocalipse. O primeiro e o último. Introdução e conclusão. Não pode ir antes de Gênesis, nem depois de Apocalipse. Antes e depois deles é só eternidade. Gênesis diz como é que tudo começou. Apocalipse diz como é que tudo terminará.
As semelhanças entre Gênesis e Apocalipse - Os dois nos dão o princípio de algumas coisas novas: Éden (paraíso), o Rio, Estado Novo de coisas, a Noiva e Deus andando com o homem.
Os contrastes entre Gênesis e Apocalipse - Paraíso fechado e aberto, Expulsão e Restauração, Maldição Fixa e Tirada, o Começo e o Fim da tristeza e morte, Corrupção entrou e nunca entrará, Satanás vitorioso e Cristo vitorioso, o Andar com Deus perdido e recuperado, o Começo e o Fim de tempo.
6. Gênesis - Esboço. As duas divisões principais do livro.
1. Criação - Abraão. 1-11. Quatro Eventos Notáveis: Criação, Queda, Dilúvio e Babel. 2. Abraão - Moisés. 12-50. Quatro Homens Notáveis: Abraão, Isaque, Jacó e José.
O tema central de Gênesis: A Soberania de Deus. Esta verdade fica bem no princípio da Bíblia.
Considerando os quatro Eventos Notáveis da primeira divisão e os quatro Homens Notáveis da segunda divisão, podemos entender o ensino que unifica o livro todo. É uma grande manifestação da Soberania de Deus.
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PENTATEUCO
Ao examinarmos a origem do Pentateuco, constataremos que tal obra era apenas um livro, e não cinco livros. Podemos encontrar na Bíblia, tanto no Novo como no Antigo Testamentos, citações de que tal informação é verdadeira.

1. Origem da palavra “Pentateuco”.
PENTATEUCO OU TORAH. O Pentateuco, que os judeus chamam de Torá, e formado de 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A palavra Torá é hebraica e significa lei. A palavra Pentateuco é grega e significa cinco divisões.
Os 5 livros do Pentateuco são históricos, mas os judeus os consideravam como “lei”, porque eles formam uma unidade onde a lei, dada por Deus, é o ponto principal.
2. Texto original.
O Tanach. Essa palavra é uma abreviação composta pelas iniciais das palavras hebraicas 'Torá' (ensinamentos), 'Neviim' (profetas) e 'Ketuvim' (escritos), sendo a Torá a base.
A palavra Torá referia-se originalmente a uma instrução particular transmitida ao povo por um porta-voz de Deus, como um profeta ou sacerdote. Como esses ensinamentos consistem sobretudo em preceitos, a palavra Torá é muitas vezes traduzida como Lei ; e como esses ensinamentos consistem na essência da primeira divisão da Bíblia que compreende os livros Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, a palavra também serve para designar essa unidade, também conhecida como Pentateuco (da expressão grega para cinco pergaminhos), ou os cinco livro de Moisés

3. O Pentateuco na Bíblia Hebraica.

4. Nome universal dos livros do Pentateuco.
A Bíblia é dividida em 3 partes, que se chamam Torá (Pentateuco), Neviim (Profetas) e Ketuvim (Escritos). Em hebraico, se chama Tanakh (lê-se kh=rr), segundo as iniciais hebraicas dos nomes das 3 partes. A Torá, chama-se também Humash (Pentateuco, em grego), que significa 5 tomos e é a base da vida judaica. Ela contém não somente a exposição das leis do povo de Israel, como também remonta à criação do mundo e à história da formação do povo de Israel.Os 5 volumes tomam seus nomes hebraicos de suas primeiras palavras:
1. Bereshit (Gênesis) - conta a criação e a história do mundo até Abraão e a vida dos patriarcas (Abrão, Isaac e Jacó) até a chegada ao Egito.
2. Shemot (Êxodo) - relata a escravidão no Egito, a grande libertação e os mandamentos dados sobre o Monte Sinai.
3. Vaykrá (Levítico) - fala das regras concernentes aos levitas, aos sacerdotes, ao culto, ao Templo, às festas e aos deveres do homem para com Deus e para com o próximo.
4. Bamidbar (Números) - descreve a travessia do deserto até a chegada ao Jordão.
5. Devarim (Deuteronômio) - contém uma recapitulação e as últimas recomendações de Moisés.

II. A AUTORIA DO PENTATEUCO
Embora haja muitas críticas concernentes à autoria do Pentateuco, a própria Escritura está repleta de passagens que revelam Moisés como o seu autor.
1. Evidências no próprio Pentateuco.
O Pentateuco
Os cinco primeiros livros da Palavra são também chamados Pentateuco ("Pentateuco" é um termo grego que quer dizer "cinco livros", isto é, os primeiros cinco livros da Bíblia). Moisés começou a escrever estes livros quando, talvez, ele estava na terra de Midian, morando com Jetro, que veio a ser seu sogro. Jetro era sacerdote de uma Igreja Antiga que existiu antes da época Judaica e foi por meio de Jetro, possivelmente, que Moisés teve conhecimento de textos antigos que são citados nas Escrituras do Antigo Testamento mas que hoje estão perdidos, como "O Livro das Guerras de JEHOVAH", "O Livro das Enunciações" ou "Dos que falam em provérbios" e o "O Livro de Jasher" (Nm.21:14, 27-30, Js.10:12,13, II Sm.1:17,18).
10.3- Foi na terra de Midian, no Monte Sinai, que o Senhor apareceu a Moisés, em meio a nuvens e fogo, e escreveu, com Seu próprio dedo, os Dez Mandamentos em duas tábuas de pedra. Essas tábuas, como vimos antes, foram preservadas na arca que ficava no Santo dos Santos do tabernáculo, onde o Senhor Se manifestava e falava a Aarão e aos sumo-sacerdotes que vieram depois. Moisés copiou as leis que havia nas tábuas de pedra e as ajuntou com as histórias antigas da criação de que tomou conhecimento por meio de Jetro e dos Hebreus mais velhos, a saber, do Jardim do Éden, de Caim e Abel, de Noé e o dilúvio e a construção da torre de Babel (Tudo sob orientação do ESPÍRITO SANTO). Depois acrescentou as histórias de Abrahão, Isaque, Jacob e José. Em seguida, continuando a história de seu povo, descreveu a saída da terra do Egito, sua jornada pelo deserto e vinda ao Monte Sinai. Descreveu como foram dados os Dez Mandamentos e os outros preceitos que deviam governar os filhos de Israel. Descreveu o tabernáculo, suas divisões e compartimentos, e supervisionou a construção desta tenda conforme lhe foi ditado dos céus. Depois relembrou todos os sofrimentos dos israelitas durante os quarenta anos que passaram no deserto até à conquista da terra que ficava à leste do rio Jordão, e ali deu as instruções finais que recebera do Senhor.
2. Evidências em toda a Bíblia.
III. A COMPLEXIDADE DO PENTATEUCO
A despeito de qualquer consideração feita por um crítico, que tivesse a intenção de negar a autoria do Pentateuco a Moisés, em virtude de sua estrutura variada, não há como deixar de reconhecer a autoria mosaica de tal obra.
1. O Pentateuco e a crítica literária.
*** A reação aos exageros sobre a atribuição mosaica do Pentateuco surgiu com o movimento da crítica histórica, nascida com o padre oratoriano Richard Simon (1638-1712). Como se sabe Simon publicara em 1678 em Paris uma História crítica do texto do Velho Testamento, em consequência da qual foi expulso de sua comunidade religiosa e combatido pelo prestigioso bispo Jaques Bossuet e finalmente colocado entre os autores do Index de livros proibidos da Igreja Católica, precisando o autor recolher-se prudentemente à Holanda, onde então o pensamento livre estava mais assegurado.
Este episódio deixava claro que as religiões tradicionais não possuíam seguro conhecimento de seu próprio fundamento.
Simon duvidou da origem mosaica do Pentateuco. O mesmo logo se dirá também do livro de Josué. Generalizou-se rapidamente a convicção da origem fragmentária dos livros iniciais da Bíblia.
O médico e professor de Paris, Jean Astruc (1684-1766) advertiu que a narrativa mais antiga da criação se refere a Deus pelo nome de Elohim, e que a outra utiliza o nome pessoal de Javé, repetindo o mesmo acontecimento sob outra perspectiva.
*** No século 19 firmou-se a hipótese, conhecida por Graf-Wellhausen, que reduz o Pentateuco a uma reunião de quatro fragmentos principais, reunidos em épocas difíceis de definir, classificadas pelas letras:
E - Documento Eloístico;
J - Fonte Javista;
D - Fonte Deuteronomista;
P- Documento Sacerdotal (ou Priester Kodex, na expressão alemã).
Hoje pode-se verificar nitidamente como estão as coisas quando se compara o conteúdo das aulas de religião em diversos países. Na maioria dos países cristãos, essas aulas ainda seguem os ditames anteriores ao século XVII e se limitam a detectar o sentido moral e doutrinário dos textos bíblicos. Mas em países como a Alemanha por exemplo, os cursos de religião já são cursos de cultura religiosa. Aí a bíblia é estudada cientificamente, o que abre perspectivas novas. A história dos hebreus não é mais contada como se fosse uma história sagrada fora do tempo, mas em relação com a documentação histórica que possuímos, não só acerca dos impérios egípcio, babilônico e persa que dominaram Israel durante a história, mas também acerca dos pequenos reinos vizinhos a Canaã. Relacionam-se os mundos hebraico, aramaico e helenista, estuda-se o judaísmo antigo, o Egito dos Faraós, a Mesopotâmia desde os sumérios até os grandes impérios, a helenização a partir de Alexandre Magno. O estudante consegue contemplar um horizonte bem mais largo e tem por conseguinte mais facilidade de situar a bíblia dentro da atual globalização das culturas e das histórias.
Na Verdade tudo não passa de falácia, sem comprovação bíblica, histórica e religiosa.
2. A produção dos textos bíblicos da Torá
A leitura da Torá
Logo após o retorno a Israel do exílio da Babilônia, o escriba Esdras e o governador Nehemias reorganizaram o povo, restabeleceram a obediência à Torá e, para que todos pudessem compreender o Livro de Moisés, prescreveram que ela fosse lida em público, e as passagens fossem traduzidas e comentadas em aramaico, a língua dominante naquela época. Estas leituras teriam lugar aos sábados (por ser shabat) e às segundas e quintas, dias de feira, isto é, em que o povo se reunia. Este hábito é ainda praticado em nossos dias. A única diferença é que as diferentes seções (parashiot) são simplesmente lidas sem tradução para o aramaico.
3. O processo da revelação divina.
Autoria coletiva sucessiva. E assim já chegamos ao que verdadeiramente sucedia. Os primitivos judeus não tinham do livro a noção de obra exclusiva de um só autor. Tinha seguramente o livro, - geralmente um pequeno texto, - um primeiro autor, ou mesmo um autor dominante, mas seu conteúdo ia sendo reajustado e aumentado pelos copistas. De época em época ocorriam as interferências maiores. Sendo assim, o autor principal é Moisés, com alguns acréscimos de Josué, como na morte de Moisés e algumas adições de copistas posteriores.
IV. A IMPORTÂNCIA DO PENTATEUCO
O Pentateuco é a base de toda a Escritura. Nele encontramos os preceitos de que os cristãos necessitam e toda a história do povo judeu, sem mencionar o fato da redenção prometida em Cristo.
1. Para os judeus.
O significado do estudo da Torá no judaísmo
A mitzvá de estudar a Torá (entendendo-se por este termo não apenas o Pentateuco, mas também toda a literatura relacionada com a lei oral e escrita e seus comentários) é uma das idéias básicas, originais e intrínsecas do judaísmo, tal como está escrito na Mishná: “O estudo da Torá está acima de tudo” (Peá 1-1). Duas metas tem este estudo:
1. Conduzir à prática, já que sem conhecimento é impossível ser observante. Hilel disse: “O inculto não pode temer o erro nem o ignorante ser piedoso” (Avot 2-5);
2. O estudo da Torá é em si mesmo um dever religioso de suma importância. Uma discussão registrada na Mishná reflete este duplo propósito. Os sábios, trocando opiniões sobre o que é mais importante no judaísmo, o estudo ou a prática, aceitam finalmente a opinião de Rabi Akiva: “O estudo é mais importante porque conduz à prática” (Kidushin 40b). No judaísmo, o estudo não é uma prerrogativa do sábio ou do estudioso: é uma mitzvá que tem que ser cumprida por todos. Não há maior inimigo do judaísmo que a ignorância, nem idéia mais alheia que deixar o estudo nas mãos de um pequeno grupo de estudiosos “profissionais” .
De mais, construíram-se edifícios públicos em todas as cidades fora de Jerusalém (onde ficava o Templo) para que o povo pudesse se reunir para orar e escutar a leitura da Torá. Foi assim que surgiu o Beit haKnesset (casa de reunião) ou sinagoga (palavra grega). Não há disposições especiais para a construção de uma sinagoga. Qualquer local pode ser destinado à oração pública que deve ser feita em presença de 10 judeus. Deve-se evitar somente toda imagem ou escultura. A simplicidade austera das sinagogas é para predispor a alma à meditação. Um estrado ligeiramente elevado, no centro da sinagoga, serve para a leitura da Torá. Na parede oriental, isto é, na direção de Jerusalém, para onde os fiéis dirigem seus olhares, encontra-se o Aron haKodesh (arca sagrada), que contém Rolos da Torá. Estabeleceu-se o uso de, nas leituras públicas, ler a Torá em um rolo de pergaminho escrito à mão, tal como no tempo de Esdras e não de um livro qualquer. Esses rolos, são objetos de especial atenção: são recobertos de tecido precioso e de ornamentos de prata. Ao serem retirados da Arca e reconduzidos a ela, são acompanhados por cantos.
A Torá é dividida em cinquenta e quatro parashiot, que se lê no decurso de um ano, cada sábado de manhã. O ciclo da leitura começa e termina no dia de Sim’hat Torá. Hoje, nem todos podem ler o texto hebraico sem erros. Por isso um mestre leitor (Báal Korê), assistido, em caso de necessidade, por um “ponto” (Makrê), procede a leitura, com uma melopéia própria. Aos sábados, sete judeus, maiores de treze anos, são chamados à leitura da Torá. O 1º lugar é reservado a um Cohen, sacerdote; o 2º a ser chamado é um levita; os outros são judeus comuns. Em Iom Kipur, são 6 os judeus chamados à Torá; nas grandes festas, 5; no começo do mês e nas semi-festas,4; nas segundas e quintas, dias de jejum e sábados à tarde,3:Cohen, Levi e “Israel”.
2. Para os cristãos.
A Torá para os Cristãos não é um livro exclusivista e unicamente restrito a judeus mas também nos trás ensinos preciosos quanto ao Messias (Yeshua), todos os gentios que creram, à exemplo do 1º século. Noutras palavras, os gentios recém-chegados crentes no início da sua caminhada guardavam os 4 mandamentos de Atos 15.20 (1º não adorar ídolos; 2º Abster-se das relações sexuais ilícitas; 3º Abster-se da carne sufocada e 4º Abster-se do sangue). Os gentios para aprenderem mais acerca da Torá teriam de freqüentar a sinagoga onde a Torá é ensinada para também saberem o porquê dos mandamentos do versículo anterior, embora não lhes foi barrado a aprendizagem do restante da Torá (Atos 15.21: “Porque Moisés tem, em cada cidade, desde os tempos antigos, os que pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados”). Temos evidências históricas e na Brít Chadashá (Nova Aliança) de que os gentios observavam as Festas Bíblicas, a abstinência dos animais que não são alimento segundo Levítico 11 (1 Coríntios 5.7 e 8; Colossenses 2.16). Mas por quê os gentios faziam isto? Porque eles entendiam que pelo enxerto na Comunidade de Israel (Romanos 11.17, 24; Efésios 2.12,13) eles também podiam e tinham direito de “participar dos valores espirituais dados para os judeus” (Romanos 15.27 com 9.4,5). Isto porquê os gentios crentes davam importância à Torá, e sabiam que só teriam a ganhar com a observância (sem imposição legalística) das Festas Bíblicas , das Leis da Alimentação, etc. Isto em nenhum momento é “judaizar” como alegam alguns, mas sim usufruir das bênçãos do Eterno mediante a observância legítima da Sua Torá (1 Timóteo 1.8) como instrumento não de meio de salvação, mas como um meio de preservá-la sem tratar a graça de Deus de maneira libertina (Judá [Judas] versículo 4)!
3. O Pentateuco na Bíblia.
A Torá que o povo recebeu como presente de Deus, no Sinai, por intermédio de Moisés. Torá, palavra tantas vezes pronunciada pelo povo da Bíblia, tantas vezes decantada na experiência com Deus, O Eterno. Torá, substantivo mal entendido pelos cristãos que o identificou com a Lei e o contrapôs ao Evangelho. Três afirmações e três questões: a) Que relação existe entre os dois Testamentos e a Torá? b) Qual é o significado do substantivo hebraico Torá? c) Que relação podemos estabelecer entre Jesus e Torá? Saíamos à procura de possíveis respostas.
A leitura bíblica feita de forma ecumênica não pode deixar de considerar o Segundo Testamento (ST) como releitura do Primeiro Testamento (PT). Em muitos de nós, cristãos, essa idéia causa espanto. E não seria por menos! Séculos a fio, nós ouvimos a afirmativa: Somos a comunidade do “Novo” Testamento que rompeu com “Velho” Testamento/Judaísmo, pois esse não foi capaz de aceitar Jesus como Messias. No diálogo inter-religioso, as diferenças devem ser mantidas. Importa perguntar pelo que nos une e não pelo que nos desune. Por isso, urge redescobrir Jesus judeu, nascido no seio de uma comunidade judaica, filho de mãe judia. As comunidades do ST compreenderam Jesus de modo judeu. Elas deixaram por escrito nos evangelhos o esforço comunitário de reler Jesus à luz da Torá. Assim, os primeiros cristãos testemunharam a experiência de fé que eles tiveram de Jesus-Messias, aquele que viveu e assumiu plenamente a Torá. Toda a sua vida foi marcada pela presença da Torá, desde batismo até à morte. E, ao mesmo tempo, eles nos ensinaram a velha lição: judaísmo e cristianismo são duas culturas distintas, mas com dois caminhos afins. O objetivo de cada uma é chegar a Deus, seja através do seguimento da Torá e reconhecimento de JESUS-Messias, seja através da Torá-JESUS. E viva a diferença, querida e manifestada a nós por nosso Deus, o Eterno! O judaísmo com seu projeto de santificação e o cristianismo com seu projeto de salvação serão sempre caminhos diferenciados, mas que igualmente levam a Deus. E nisso está a maravilha da manifestação de Deus entre nós.
O judaísmo entende Torá como Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia), assim como os Escritos (livros históricos e sapienciais), Profetas e a tradição oral. Em outras palavras, quanto se diz Torá, entenda-se Pentateuco, Bíblia Hebraica (Pentateuco, Escritos e Profetas) e tradição oral. E Torá está dividida em Oral e Escrita. Normalmente se traduz Torá por Lei. Na verdade, no judaísmo Torá significa mais do que Lei, como nós entendemos essa terminologia. Torá é caminho, conduta, modo de ser. Na literatura sapiencial do Primeiro Testamento, Torá é o ensinamento da mãe e do pai oferecido aos seus filhos, para que eles aprendessem o caminho de Deus. A Torá é um projeto de vida, conservado para nós nas Dez Máximas do Sinai ou Dez Mandamentos. Todo judeu tem como projeto de vida, viver a Torá. Só a morte o libera dessa faina diária. Sem a Torá o judaísmo e o cristianismo deixam ser, pois ela é o projeto de vida que Deus nos oferece. A Torá ensina que a vida deve ser vivida numa relação de justiça e igualdade. Nem ricos, nem pobre, mais irmãos. A Torá, enquanto Pentateuco, é o sonho da terra prometida, sempre sonhada e esperada a cada dia. É essa a grande mensagem dos cinco primeiros livros da Bíblia (Torá). O conjunto deles termina com a morte de Moisés e sem a entrada na terra. Todo judeu, ao ler a Torá/Pentateuco sente-se qual um judeu que viveu na escravidão do Egito, passou pelo deserto e sonha com a entrada na terra. A terra é sempre um caminho a ser conquistado, um modo de ser, uma esperança. Isso é Torá! Um caminho sempre aberto....
A torá na circuncisão de JESUS
Uma leitura atenta dos evangelhos à luz da Torá nos levará inevitavelmente a perceber Jesus judeu, seguidor fiel da Torá oral e escrita. Jesus durante a sua vida terrestre se colocou no caminho da Torá. Seguir a Torá é também passar pelos ritos litúrgicos, os quais fazem um homem do povo eleito tornar-se judeu plenamente. E foi assim com Jesus. Com oito dias de nascimento, sua mãe, a judia Maria de Nazaré, o levou ao templo para ser circuncidado (Lc 2, 22-28) segundo as prescrições da Torá. Nessa celebração, ele recebeu o nome hebraico Yeshua (Jesus) e o sinal no seu corpo da pertença ao povo de Israel, a circuncisão. Circuncidar um homem significa cortar o prepúcio, isto é, liberar a pele que circunda o pênis para que ele, livre, esteja preparado para gerar a vida. Um circunciso judeu recebe no seu corpo a marca da presença de Deus que lhe pede: “Crescei e multiplicai!” (Gn 1,22). Os rabinos judeus ensinavam que quem não multiplica é um assassino. Ninguém pode negar a ordem divina de procriar.
O substantivo hebraico milah refere-se à circuncisão e palavra. Ao ser circuncidado, o judeu menino já nasce sabendo que a sua vida deverá sempre ser de palavra e diálogo com o Eterno e suas revelações. Jesus foi esse diálogo, a Torá-Palavra. O rei Abimelec, segundo a Torá oral teria pronunciado diante de Abraão: “Não sou digno que entres na minha morada, mas diz somente uma palavra e minha casa será salva” (ExR 20,10-12). A sua reação se deveu ao fato dele ter percebido que toda a sua vida teria ficado estéril com a presença de Sara, apresentada por Abraão como irmã. A comunidade de Mateus nos informa que o um oficial romano encontra-se com Jesus e repete essas de Abimelec a Jesus (Mt 8,5-8) e o pede que cure o seu criado. Jesus-Torá-Palavra cura. Assim, Jesus torna-se o novo Abraão que também se encontra com um estrangeiro e é para ele sinal de salvação para toda a sua casa. Os cristãos ligaram, posteriormente, as palavras de Abimelec e do oficial romano e o fizeram muito bem, deixando em todo aquele/a que crê a marca da aliança eterna feita com Abraão, realizada em Jesus, o circunciso


CONCLUSÃO

Todos esses elementos do Pentateuco reúnem em si o tema básico dessa admirável e divina obra literária: eleição, promessa, livramento, lei e aliança.
A DIFUSÃO DO CRISTIANISMO
Os primeiros cristãos
Segundo disse Jesus, os doze apóstolos formaram o núcleo do novo reino de Deus que estava para vir. Pedro foi a figura principal entre eles. Outra figura importante foi Tiago, irmão de Jesus.
A primeira congregação cristã foi constituída por judeus. Eles obedeciam à Lei de Moisés, participavam dos serviços no Templo e na Sinagoga, e de um modo geral, viviam como judeus piedosos. Sua crença de que Jesus de Nazaré era o prometido Messias, os diferenciava dos outros judeus. Eles foram considerados uma seita judaica separada e chamados de nazarenos, para se distinguirem dos saduceus e fariseus. No início não havia um grande abismo entre o cristianismo e o judaísmo.
De importância decisiva para a contínua difusão do cristianismo, foi a conversão do fariseu Saulo (Paulo), por volta de 32 d.C. Não é exagero dizer que, os muitos anos de ministério de Paulo, transformaram o cristianismo numa religião mundial. Sua contribuição se deu em dois níveis: em primeiro lugar, ele viajou intensamente pelo mundo greco-romano e proclamou o evangelho de Cristo entre os não judeus. Em segundo lugar, estabeleceu as fundações da teologia cristã em suas várias epístolas às novas igrejas. Nas epístolas de Paulo, o cristianismo é tratado como uma religião independente, e Jesus Cristo, como o salvador de todos os humanos.
Uma questão fundamental na Igreja primitiva, foi a relação entre os cristãos judeus e os gentios (isto é, cristãos não judeus). Estariam os cristãos gentios sujeitos à Lei de Moisés? Deveriam eles, por exemplo, ser circuncidados antes de se tornarem cristãos? Nas primeiras décadas após a morte de Cristo, muitos líderes cristãos de Jerusalém, incluindo o irmão de Jesus, Tiago, acreditavam que sim. Paulo, porém, tinha um ponto de vista diferente. Ele viajara entre os gentios e vira como eles adotavam a fé de Cristo sem ter um conhecimento íntimo do judaísmo.


Judeus alexandrinos
De 301 a 198 a.C., a cidade de Alexandria, importante centro cultural, ao norte do Egito, atraiu muitos judeus. Os apócrifos surgiram nesse tempo. Nesta cidade, 72 eruditos elaboram a mais antiga tradução grega (língua falada pela comunidade judaica no Egito) das Escrituras Sagradas.
Tabernáculo
Santuário portátil, onde ficava o Santo dos Santos, onde encontrava-se a arca da aliança com os Dez Mandamentos, a vara de Arão e uma mostra do maná.
 
Questionário da Lição 5 - Ev.Luiz Henrique www.henriqueestudos.cjb.net
Texto Áureo:
1- Segundo a própria Bíblia, através do apóstolo João, através de quem foi dada a lei?
( ) JESUS ( ) Moisés ( ) Abraão ( ) Levi
Verdade Prática:
2- Comparando-se a Bíblia com um edifício, qual parte podemos citar como base para toda a construção?
( ) Os livros Poéticos ( ) Os livros Históricos ( ) Os Livros Proféticos ( ) O Pentateuco
Introdução:
3- O que é Pentateuco?
( ) Conjunto dos 6 primeiros livros da bíblia ( ) Conjunto dos 5 primeiros livros da bíblia ( ) Conjunto dos 7 primeiros livros da bíblia
4- Cite os livros do pentateuco por nome: Complete:
Gên______, ______do, leví_______, ____me_____ e _____tero________.
5- Coloque "V" para verdadeiro e "F" para falso:
5.1- Os livros do pentateuco são identificados como:
( ) Livros proféticos ( ) Lei de DEUS, Lei do Senhor ou Lei de Moisés ( ) Lei das ofertas, Lei de Talião, Lei dos Sacrifícios
5.2 - Os assuntos apresentados no pentateuco são:
( ) Final das coisas, Início da família e queda de Satanás ( ) Princípio do universo, do homem, da família, do pecado, da redenção e do povo Hebreu
5.3 - Também contém o pentateuco, além da lei:
( ) Poesias, profecias e história ( ) Comédia, Ritos e Sacrifícios ( ) Genealogias, profecias, Ritos, Exortações
Tópico I - Considerações Gerais Sobre o Pentateuco
6- Quantos livros compunham o Pentateuco?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7
7- Como os judeus chamam o pentateuco e qual o significado desse nome?
( ) Neftins = Princípios ( ) Torah = Lei = Instrução ( ) Targumins = Escritos de Moisés
8- Cite Referências Bíblicas que provam que o pentateuco era um só livro:
Gn_______, Jo _________, Dt _____________, At _________
9- Como os tradutores da Septuaginta (Tradução do Hebraico para o grego) realizaram o agrupamento do pentateuco?
( ) Em 3 Papiros ( ) Em 5 Papiros ( ) Em 7 Papiros
10- Qual o significado dos nomes dos livros do pentateuco?
a) Be'reshit = Gênesis = _________________
b) Shemoth = Êxodo=_________________
c) Va'ykhra = Levítico = ___________
d) Bamidbar = Números = _______________________
e) Devarim = Deuteronômio = ____________________
11- Por que os nomes Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, dados pela Septuaginta?
a) Gênesis =__________________________________
b) Êxodo = ________________________________________
c) Levítico = __________________________________
d) Números = ______________________________________
e) Deuteronômio = ________________________________________
Tópico II - A Autoria do Pentateuco:
12- Quem é considerado o autor do pentateuco, segundo a própria escritura?
( ) Salomão ( ) Abraão ( ) Moisés ( ) Davi
13- Onde o pentateuco é chamado de livro da lei de Moisés? Onde é chamado Lei de Moisés?
( ) 2 Rs 14.6; Dn 9.11 ( ) Ed 6.18; Jo 7.23 ( ) Mt 10.32; Ml 4.4
Tópico III - A Complexidade do Pentateuco:
14- O que aconteceu com as teorias da crítica literária quanto ao conteúdo do pentateuco e sua autoria, principalmente entre os séculos XVIII e XIX?
( ) Estavam corretas em afirmar que eram vários autores ( ) Estavam certos em afirmar que Abraão nunca existiu
( ) Não puderam essas críticas subsistir em virtude de suas incoerências.
15- Quando é que o Cânon se tornou intocável?
( ) Quando começou a ser elaborado ( ) Após seu término ou encerramento ( ) Quando ainda estava na metade
16- Quem compilou ou transliterou os textos do pentateuco do hebraico antigo para o hebraico de letras quadráticas?
( ) Abraão ( ) Davi ( ) Neemias ( ) Esdras ( ) Salomão
17- Quem escreveu a respeito da morte de Moisés registrada no capítulo 34?
( ) O próprio Moisés ( ) Um outro escreveu, possivelmente Josué ( ) Paulo
Tópico IV - A Importância do pentateuco:
18- Onde encontramos a história do povo Judeu e a promessa de redenção em Cristo, para todos nós?
( ) Em Juízes ( ) Nos livros Históricos ( ) No Pentateuco
19- Qual A Parte Mais Importante Das Escrituras Para Os Judeus?
( ) 1 e 2 Samuel ( ) 1 e 2 Reis ( ) 1 e 2 Crônicas ( ) O Pentateuco ( ) Gênesis
20- Onde está a base doutrinária na Bíblia, para a Igreja?
( ) No Novo Testamento ( ) Nas cartas de Paulo ( ) No apocalipse ( ) No Pentateuco
21- Complete de acordo com o que CRISTO disse sobre Moisés:
"De _____________ escreveu ele"(Jo 5.46)
22- Qual parte das escrituras podem ser compadas ao coração da Bíblia?
( ) Salmos ( ) O Pentateuco ( ) Provérbios ( ) Evangelho de Mateus
23- Qual região geograficamente é representada no Pentateuco?
( ) Israel ( ) Mesopotâmia ( ) Palestina ( ) Desde a Mesopotâmia até ao Egito
24- Onde começa a história que termina no Apocalipse?
( ) Nos Salmos ( ) Nos Provérbios ( ) Em Gênesis
Conclusão:
25- Além de escrever e ajudar o povo de DEUS a compreender a Bíblia e o plano de DEUS para a salvação, sobre quem escreveu também a respeito?
( ) De Maomé ( ) De Buda ( ) De Alan Cardec ( ) De Confúcio ( ) De JESUS CRISTO.
 
Questionário da revista:
1. Quais os livros que compõem o Pentateuco?
R.
2. Como podemos afirmar que o Pentateuco era originalmente um só livro?
R.
3. Destaque duas provas bíblicas da autoridade mosaica do Pentateuco (uma no próprio Pentateuco e outra no Novo Testamento).
R.
4. O que diz a profana teoria da Hipótese Documentária sobre o Pentateuco?
R.
5. Que importância tem o Pentateuco para os cristãos?
R.
Ajuda
***Bíblia de Estudos Pentecostal - CPAD ***Revista Jovens e Adultos 2º Trimestre - CPAD ** www.ebd.com.br
CD da Revista Jovens e Adultos 2º Trimestre - CPAD ***www.altavista.com.br *** www.escoladominical.com.br

http://professorjanildoarantes.blogspot.com.br/2009/09/pentateuco-introducao.html?spref=bl

Nenhum comentário:

Postar um comentário