quarta-feira, 5 de março de 2014

Isaque e Rebeca




Isaque e Rebeca

Isaque e Rebeca (2)




Refletindo sobre o valor do matrimônio e os riscos do namoro.


Assim como os pássaros precisam de um ninho, todo ser humano precisa 
de um lar. Por isso, o casamento se reveste de fundamental 
importância, suprindo necessidades afetivas e propiciando a condição 
para que a sexualidade seja vivida com responsabilidade e 
compromisso, de modo que os filhos sejam gerados e formados em um 
ambiente de amor e segurança.


Algo que nos chama a atenção na experiência de Isaque e Rebeca é que 
eles não namoraram antes do casamento (Gn.24). Esse detalhe está 
diretamente ligado à cultura daquele povo naquela época, e não é 
nosso propósito copiar seus costumes. 


Alguém diria: "Isaque usava lamparina, mas nós temos lâmpadas 
elétricas". Sem dúvida, eu também sou moderno e usufruo os benefícios 
da eletricidade, mas morrer eletrocutado já é modernidade demais. 
Vivemos em outra era e não vamos voltar ao passado. Entretanto, 
precisamos tomar cuidado com a nossa cultura, que se torna cada vez 
mais permissiva e destrutiva. É preciso encontrar um ponto de 
equilíbrio através da sabedoria que a palavra de Deus nos ensina. 


RELAÇÕES MODERNAS


O namoro inventado pelo mundo ocidental tem seus aspectos positivos, 
permitindo que os pretendentes se conheçam e confirmem suas 
afinidades e propósitos. Entretanto, esse tipo de relacionamento 
também pode trazer uma série de transtornos. O namoro é uma relação 
muito mais flexível do que o casamento. Trata-se de um compromisso 
mais fraco, sem a regulamentação rígida das leis. Tais 
características facilitam a relação, mas podem também banalizá-la. 
Fato é que muitos namoros incluem o relacionamento sexual, ou seja, 
na prática, trazem alguns benefícios do casamento sem as respectivas 
responsabilidades. É como se, pelo fato de estarem namorando, as 
pessoas adquirissem direitos mútuos sobre seus corpos. 


Esse aspecto da cultura moderna oficializa a prática pecaminosa, 
fazendo com que muitos vivam numa espécie de prostituição gratuita. 


"Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a 
piedade, a fé, o amor, a constância e a mansidão" (ITm.6.11).


O verdadeiro cristão deve tomar cuidado para que sua vida não seja 
destruída por uma situação desse tipo, que pode se tornar a brecha 
que o Diabo procura para causar uma grande desolação. 


O que parece oportunidade pode ser uma cilada.


Os que entraram por esse caminho têm a opção de se casarem, 
regularizando seu estado diante de Deus e dos homens. Todavia, 
algumas pessoas não pretendem se comprometer, estando apenas à 
procura do seu próprio prazer imediato, em detrimento, talvez, de uma 
das partes, geralmente da mulher, que deseja constituir um lar. 
Situações assim podem culminar em gravidez indesejada, aborto, 
separação, mágoa, e dificuldades nos relacionamentos futuros. 


Muitos não gostarão desta mensagem. Tem muita gente procurando 
prosperidade e poucos querendo santidade. 


O TEMPO


Isaque tinha 40 anos quando se uniu a Rebeca. Para ele era o tempo 
certo. É compreensível que as pessoas se casem em idade bem inferior 
à de Isaque, porque a perspectiva de vida é bem menor hoje. Contudo, 
o que se observa não é tanto a realização de casamentos, mas pessoas 
namorando cada vez mais cedo, ainda no início da adolescência. Não 
posso nem pretendo definir regras e idades, mas apenas chamar a 
atenção para o bom senso, principalmente dos pais, que permitem que 
seus filhos sejam levados pela onda do mundo, sem que tenham idade 
suficiente para medirem as consequências de seus relacionamentos. 


O cristão não deve namorar para se divertir, distrair ou para 
satisfazer seus instintos carnais. O namoro deve ter por objetivo o 
casamento, embora possa ser interrompido antes disso. 
Namoros levianos, sem propósito, fora do tempo, podem prejudicar toda 
a vida dos envolvidos. 


É como colher um fruto verde, que poderá não ser útil depois. 


Além da motivação dos desejos físicos e das paixões juvenis, parece 
que o jovem se vê diante da obrigação de namorar, porque seus amigos 
estão namorando. E, quando namora, parece que tem a obrigação de 
praticar o sexo. Alguns dizem até que se trata de uma prova de amor. 
É mentira do Diabo. Quem ama espera. 


"O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se 
vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não 
busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 
não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo 
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (ICo.13.4-7) .


O sexo cria vínculos, obrigações e expectativas, chegando a alterar o 
rumo da vida, seja pela gravidez, pelas doenças venéreas ou por um 
casamento sem a preparação adequada. 
Quando se permite o envolvimento físico indevido, o aspecto racional 
das decisões seguintes pode ficar comprometido. 


Depois que se coloca o barco na correnteza, torna-se difícil o seu 
controle.


"Prepara os teus trabalhos de fora, apronta bem o teu campo; e depois 
edifica a tua casa" (Pv.24.27).


Existe uma época propícia para a dedicação aos estudos e à formação 
profissional. O ideal é que isto aconteça, ou seja bem adiantado, 
antes da constituição familiar. Um namoro com intimidade física, 
seguido de uma gravidez não programada e um casamento precoce, podem 
cancelar muitos planos ou dificultá-los consideravelmente. 


De qualquer modo, cada pessoa é livre para tomar suas próprias 
decisões. Não será tão livre, porém, na hora de enfrentar as 
consequências. 


Cada um escolhe as sementes que deseja semear, mas, no dia da 
colheita, não poderá escolher os frutos. 


"Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e anime-se o teu coração nos 
dias da tua juventude, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela 
vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas Deus te 
trará a juízo" (Ec.11.9).


Anísio Renato de Andrade
Bacharel em Teologia
www.geocities. com/anisiorenato

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