O ciclo da água é fundamental para a preservação ... ENEM 2009
O ciclo da água é fundamental para a preservação da vida no planeta. As condições climáticas da Terra
permitem que a água sofra mudanças de fase e a compreensão dessas transformações é fundamental para
se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudanças, a água ou a
umidade da terra absorve o calor do sol e dos arredores. Quando já foi
absorvido calor suficiente, algumas das moléculas do líquido podem ter
energia necessária para começar a subir para a atmosfera.
Disponível em. http//www.keroagua.blogspot.com Acesso em: 30 mar. 2009 (adaptado)
A transformação mencionada no texto é a
(A) fusão.
(B) liquefação.
(C) evaporação.
(D) solidificação.
(E) condensação
Resposta comentada (*)
Os estados físicos da água são estudados tanto na química quanto na física. No texto da questão, é
mencionada a passagem da água no estado líquido para o estado gasoso, ou seja, a evaporação.
(A) fusão é o processo no qual uma determinada substância passa do estado sólido para o estado líquido.
(B) liquefação é o processo no qual uma determinada substância passa do estado gasoso para o estado líquido.
(C) evaporação é o processo no qual determinada substância passa do
estado líquido para o estado gasoso.(D) solidificação é o processo no
qual determinada substância passa do estado líquido para o estado
sólido.(E) condensação é o processo no qual determinada substância passa
do estado gasoso para o estado líquido. Gabarito: C
O ciclo da água
A água no estado líquido ocupa os
oceanos, lagos, rios, açudes etc. De modo contínuo e lentamente, à
temperatura ambiente, acontece a evaporação, isto é, a água passa do
estado líquido para o gasoso.
Quanto maior for a superfície de exposição da água (por exemplo, um oceano ou nas folhas de árvores de uma floresta), maior será o nível de evaporação. Quando o vapor de água
entra em contato com as camadas mais frias da atmosfera, a água volta
ao estado líquido, isto é, gotículas de água ou até minúsculos cristais
de gelo se concentram formando nuvens.
O vapor de água, quando resfriado, pode também formar a neblina (nevoeiro), ou seja, aquela "nuvem" que se forma perto do solo.
Ao se formar nas nuvens um acúmulo de
água muito grande, as gotas tornam-se cada vez maiores, e a água se
precipita, isto é, começa a chover. Em regiões muito frias da atmosfera,
a água passa do estado gasoso para o estado líquido e, rapidamente,
para o sólido, formando a neve ou os granizos (pedacinhos de gelo).
A água da chuva e da neve derretida se infiltra no solo, formando ou renovando os lençóis freáticos.
As águas subterrâneas emergem para a superfície da terra, formando as
nascentes dos rios. Assim o nível de água dos lagos, açudes, rios etc. é
mantido.
A água do solo é absorvida pelas raízes
das plantas. Por meio da transpiração, as plantas eliminam água no
estado de vapor para o ambiente, principalmente pelas folhas. E na
cadeia alimentar, as plantas, pelos frutos, raízes, sementes e folhas,
transferem água para os seus consumidores.
Além do que é ingerido pela
alimentação, os animais obtêm água bebendo-a diretamente. Devolvem a
água para o ambiente pela transpiração, pela respiração e pela
eliminação de urina e fezes. Essa água evapora e retorna à atmosfera. No
nosso planeta, o ciclo de água é permanente.
Ciclo da água
A qualidade da água
A vida humana, assim como a de todos os seres vivos depende da água.
Mas a nossa dependência da água vai
além das necessidades biológicas: precisamos dela para limpar as nossas
casas, lavar as nossas roupas e o nosso corpo. E mais: para limpar máquinas e equipamentos, irrigar plantações, dissolver produtos químicos, criar novas substâncias, gerar energia.
É aí que está o perigo: a atividade
humana muitas vezes comprometa a qualidade da água. Casas e indústrias
podem despejar em rios e mares substâncias que prejudicam a nossa saúde.
Por isso, escolher bem a água que bebemos e proteger rios, lagos e
mares são cuidados essenciais à vida no planeta.
Água potável
A água potável é aquela popularmente chamada água pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora
(sem cheiro). Ela deve estar livre de materiais tóxicos e
microorganismos, como bactérias, protozoários etc., que são
prejudiciais, mas deve conter sais minerais em quantidade necessária à nossa saúde.
A água potável é encontrada em pequena quantidade no nosso planeta e não está disponível infinitamente. Por ser um recurso limitado, o seu consumo deve ser planejado.
Água destilada
A água potável deve ter certa quantidade de alguns sais minerais dissolvidos, que são importantes para a nossa saúde. A água sem qualquer outra substância dissolvida é chamada de água destilada. Veja como se consegue água destilada.
Para retirar sais minerais e outros produtos dissolvidos na água, utiliza-se um processo chamado destilação.
O produto dessa destilação, a água destilada, é usado em baterias de
carros e na fabricação de remédios e outros produtos. Não serve para
beber, já que não possui os sais minerais necessários ao nosso
organismo.
Veja como funciona o aparelho que produz água destilada, o destilador:
Observe que a água ferve (1) com ajuda do (2) Bico de Bunsen (chama que aquece a água), transformando-se em vapor (3), e depois se condensa (4),
voltando ao estado líquido. Os sais minerais não vaporizam, mas ficam
dentro do vidro onde a água foi fervida (chamado balão de destilação).
Água mineral
A água do mar é salgada porque tem muito cloreto de sódio,
que é o sal comum usado na cozinha. Justamente por ter tanto sal, não é
potável. Se bebermos água do mar, o excesso de sal nos fará eliminar
mais água na urina do que deveríamos, e começamos então a ficar
desidratados.
Já a água doce, dos
rios, lagos e fontes, tem menos sal que a água do mar e pode ser bebida
- desde que esteja sem micróbios e produtos tóxicos ou que tenha sido
tratada para eliminar essas impurezas.
A chamada água mineral
é água que brota de fontes do subsolo. Ela costuma ter alguns sais
minerais em quantidade um pouco maior que a água utilizada nas
residências e, às vezes outros sais.
A água mineral é, em geral
potável e pode ser bebida na fonte ou engarrafada - desde que a fonte
esteja preservada da poluição e da contaminação ambiental e que o
processo de engarrafamento seja feito com higiene.
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O mar pode "morrer"?
Na Ásia, há o famoso mar Morto, que é
um exemplo de que um mar pode "morrer". O mar "morre" e os lagos também
quando o nível de salinidade, isto é, a concentração de sais da sua
água, é tão alto que não permite que os peixes, a flora e outros seres
vivam nele. Esse fenômeno ocorre por vários fatores,
entre eles: pouca chuva aliada à evaporação intensa (clima quente e
seco) e corte ou diminuição do regime de escoamento de rios.
Açude no Acre secando.
Fontes de poluição da água
A água pode conter barro, areia e outras impurezas. Um grande perigo de contaminação da água está, por exemplo, na presença de produtos químicos tóxicos ou microorganismos que tornam a água poluída.
Há varias fontes de poluição, como veremos a seguir.
A conseqüência da falta de tratamento de esgoto
O grande número de dejetos dos
populosos núcleos residenciais, descarregado em córregos, rios e mares
provoca a poluição e a contaminação das águas. Febre tifóide, hepatite,
cólera e muitas verminoses são doenças transmitidas por essas águas.
Há rios como o Tietê e o Guaíba - em
cujas margens surgiram a cidade de São Paulo e Porto Alegre - que já
estão comprometidos. Além desses, há vários rios expostos à degradação
ambiental.
Tietê em obras em São Paulo para retirada de lixo depositado.
A mineração, a extração e o transporte de petróleo
Atividades econômicas importantes têm
causado inúmeros acidentes ecológicos graves. O petróleo extraído dos
mares e os metais ditos pesados usados na mineração (por exemplo, o
mercúrio, no Pantanal), lançados na água por acidente, ou negligência,
têm provocado a poluição das águas com prejuízos ambientais, muitas
vezes irreversíveis.
Derramamento de petróleo ocorrido na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Jun. 2000
A poluição causada pelas indústrias
Mesmo havendo leis que proíbam, muitas indústrias, continuam a lançar resíduos tóxicos em grande quantidade nos rios.
Na superfície da água, é comum
formar-se uma pequena espuma ácida, que, dependendo da fonte de
poluição, pode ser composta principalmente de chumbo e mercúrio.
Essa espuma pode causar a mortandade da flora e da fauna desses rios. E
esses agentes poluidores contaminam também o organismo de quem consome
peixes ou quaisquer outros produtos dessas águas.
Acidente no rio dos Sinos onde milhares de peixes morreram pela contaminação do rio com dejetos químicos lançados pelas empresas, Rio Grande do Sul, outubro, 2006.
As estações de tratamento da água
Muitas casas das grandes cidades
recebem água encanada, vinda de rios ou represas. Essa água é submetida a
tratamentos especiais para eliminar as impurezas e os micróbios que
prejudicam a saúde.
Primeiramente, a água do rio
ou da represa é levada através de canos grossos, chamados adutoras,
para estações de tratamento de água. Depois de purificada, a água é
levada para grandes reservatórios e daí é distribuída para as casas.
Na estação de tratamento, a água passa por tanques de cimento e recebe produtos como o sulfato de alumínio e o hidróxido de cálcio (cal hidratada).
Essas substâncias fazem as partículas finas de areia e de argila
presentes na água se juntarem, formando partículas maiores, os flocos.
Esse processo é chamado floculação. Como essas partículas são maiores e mais pesadas, elas vão se depositando aos poucos no fundo de outro tanque, o tanque de decantação. Desse modo, algumas impurezas sólidas da água ficam retidas.
Após algumas horas no tanque de
decantação, a água que fica por cima das impurezas, e que está mais
limpa, passa por um filtro formado por várias camadas de pequenas pedras
(cascalho) e areias. À medida que a água vai passando pelo filtro, as
partículas de areia ou de argila que não se depositaram vão ficando
presas nos espaços entre os grãos de areia. Parte dos micróbios também
fica presa nos filtros. É a etapa conhecida como filtração.
Mas nem todos os micróbios que podem
causar doenças se depositam no fundo do tanque ou são retidos pelo
filtro. Por isso, a água recebe produtos contendo o elemento cloro, que mata os micróbios (cloração), e o flúor, um mineral importante para a formação dos dentes.
A água é então levada através de encanamentos subterrâneos para as casas ou os edifícios.
Mesmo quem recebe água da estação de
tratamento deve filtrá-la para o consumo. Isso porque pode haver
contaminação nas caixas d'água dos edifícios ou das casas ou
infiltrações nos canos. As caixas-d'água devem ficar sempre bem tampadas
e ser limpas pelo menos a cada seis meses. Além disso, em certas
épocas, quando o risco de doenças transmitidas pela água aumenta, é
necessário tomar cuidados adicionais.
Quando não há estação de tratamento
Nos locais em que não há estações de
tratamento, a água é obtida diretamente de rios, lagos, nascentes,
represas ou poços. Mas, nesses casos, a água pode estar contaminada por
micróbios e poluentes e são necessários alguns cuidados.
O poço mais comum é o poço raso, que obtém água a 20 metros de profundidade, no máximo. Ele deve ser construído longe das fontes de poluição
e contaminação, ficando, por exemplo, a pelo menos 25 metros da fossa
onde as fezes e os resíduos da casa são despejados. Deve ter uma tampa
impermeável (uma laje de concreto armado) e uma abertura a pelo menos 20
centímetros acima do solo, para protegê-lo contra a entrada de águas que escorrem pela superfície do solo.
É preciso também que os primeiros três metros do poço sejam impermeáveis à água da chuva
que cai na superfície do terreno. A água que se infiltra a mais de três
metros e que entra no poço já sofreu um processo natural de filtração
ao atravessar o solo.
É importante garantir que a água do
poço ou de outras fontes não esteja contaminada por micróbios. O ideal é
que ela seja analisada periodicamente por um laboratório, para
verificar seu estado de pureza. Se isso não for possível, a água que se
bebe, bem como a que é usada para lavar pratos e talheres, deve ser
filtrada e tratada. A água deve ser fervida por pelos menos 15 minutos
ou tratada com cloro (siga bem a instruções do fabricante, pois cloro em
excesso pode causar envenenamento). Antes de tratar a água
com cloro, porém, devemos filtrá-la, já que os ovos de vermes, por
exemplo, não são destruídos pelo cloro, mas podem ser removidos pela
filtração.
Existem também poços artesianos,
construídos com equipamento especial, que furam a terra e tiram a água
de lençóis subterrâneos mais profundos. Esses lençóis estão situados em
espaços existentes entre rochas pouco permeáveis, geralmente a mais de
100 metros de profundidade. A água dos poços artesianos costuma estar
limpa, mas deve-se também mandar analisá-la em laboratório.
O destino da água utilizada
Para onde vai a água depois de
utilizada em lavagens de roupas, banho, ou descarga de banheiros e
outras atividades de uso doméstico?
O destino da água que foi utilizada é um grande problema de saneamento básico e que não está bem solucionado em muitas regiões do Brasil.
Em pequenas comunidades, esse problema relativo ao tratamento da água utilizada pode ser resolvido ou minimizado com fossas sépticas e sumidouro.
Nas regiões mais populosas, entretanto,
exige-se uma solução mais complexa. Isso ocorre porque, mesmo para um
pequeno prédio com dez apartamentos, a fossa séptica e o sumidouro, em
geral, não são suficientes para absorver a água consumida por esses
moradores. Imagine, então, uma grande cidade repleta de arranha-céus.
Nesses casos, utilizam-se redes de esgoto.
O Tratamento de Esgoto
Ao chegar à estação de tratamento, o esgoto passa por grades de metal
que separam objetos (como plástico, latas, tecidos, papéis, vidros
etc.) da matéria orgânica, da areia e de outros tipos de partículas.
O esgoto passa, lentamente, por grandes tanques, a fim de que a areia e as outras partículas se depositem.
O lodo com a matéria orgânica pode seguir para um equipamento chamado biodigestor, onde sofre ação decompositora das bactérias. Nesse processo, há desprendimento de gases, entre eles o metano, que pode ser utilizado como combustível.
A parte líquida, que ficou acima do
lodo, também é atacada por bactérias, pois ainda apresenta matéria
orgânica dissolvida, essa parte é agitada por grandes hélices, que
garantem a oxigenação da água. Também podem ser utilizados para essa
oxigenação bombas de ar ou mesmo certos tipos de algas, que produzirão o oxigênio na fotossíntese.
Só depois desse tratamento, o esgoto pode ser lançado em rios, lagos ou mares.
A água já utilizada, após o tratamento
retorna ao meio ambiente com seu efeito poluente diminuído. Caso
contrário, pode causar grave contaminação da água e, assim, riscos à população que dela se utiliza.
A falta de tratamento de esgoto pode
provocar a contaminação do solo e da água, contribuindo para a
proliferação de várias doenças. Muitas dessas doenças podem levar a
morte muitas crianças, principalmente no seu primeiro ano de vida.
Assim, garantir o tratamento de esgoto em todo o Brasil é uma meta a
ser alcançada na busca de saúde e qualidade de vida da população.
Doenças transmitidas pela água
A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a transmissão de doenças
que, calcula-se, provocam cerca de 30 mil mortes diariamente no mundo. A
maioria delas acontece entre crianças, principalmente as de classes
mais pobres, que morrem desidratadas, vítimas de diarréia causadas por
micróbios. No Brasil, infelizmente mais de 3 milhões de famílias não
recebem água tratada e um número de casas duas vezes e meia maior que
esse não tem esgoto. Isso é muito grave.
Estima-se que o acesso à água limpa e ao esgoto reduziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil.
Para evitar doenças transmitidas pela água devemos tomar os seguintes cuidados:
- Proteger açudes e poços utilizados para o abastecimento;
- tratar a água eliminando micróbios e impurezas nocivas a saúde humana;
- filtrar e ferver a água;
- não lavar alimentos que serão consumidos crus com água não tratada como verduras, frutas e hortaliças.
As principais doenças transmitidas pela água são:
Se a pessoa vai
muitas vezes ao banheiro e as fezes saem líquidas ou muito moles, ela
pode estar com diarréia. A diarréia pode ser provocada por micróbios
adquiridos pela comida ou água contaminadas.
As diarréias leves quase sempre acabam sozinhas. No entanto, é preciso beber líquidos para evitar a desidratação, que é muito perigosa.
Uma criança com
diarréia precisa continuar a ser amamentada ou continuar com a
alimentação. Às crianças que já comem alimentos sólidos devem ser
oferecidas misturas bem amassadas de cereais e feijão ou carne bem
cozidos, por exemplo. Depois de a diarréia passar, é bom dar a ela uma
alimentação extra, para ajudar na recuperação.
Crianças e idosos
correm maior risco de desidratação. Por isso, é importante tomar também
os sais de reidratação oral, fornecidos pelos postos de saúde. Eles
devem ser misturados em água, na quantidade indicada na embalagem.
Na falta desses sais, podemos preparar e oferecer o soro caseiro. Assim: num copo com água fervida ou filtrada, dissolvemos uma pitada de sal e duas colheres de chá de açúcar.
Originária da Ásia, mais precisamente
da Índia e de Bangladesh, a cólera se espalhou para outros continentes a
partir de 1817. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados
do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. Em 1893 a doença chegou a São
Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No
entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a doença
erradicava de todo o país. Cerca de um século depois, em abril de 1991,
a cólera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira
vítima na cidade de Tabatinga, Amazonas.
A
cólera é uma doença infecciosa que ataca o intestino dos seres humanos.
A bactéria que a provoca foi descoberta por Robert Koch em 1884 e,
posteriormente, recebeu o nome de Vibrio cholerae.
Ao infectar o intestino humano, essa bactéria faz com que o organismo
elimine uma grande quantidade de água e sais minerais, acarretando séria
desidratação. A bactéria da cólera pode ficar incubada de um a quatro
dias.
Quando a doença se manifesta, apresenta os seguintes sintomas: náuseas e vômitos; cólicas abdominais; diarréia abundante, esbranquiçada como água de arroz, podendo ocasionar a perda de até um litro de água por hora e cãibras.
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A cólera é transmitida principalmente pela água e por
alimentos contaminados. Quanto o vibrião é ingerido, instala-se no
intestino do homem. Esta bactéria libera uma substância tóxica, que
altera o funcionamento normal das células intestinais. Surgem, então, a
diarréia e o vômito.
Os casos de cólera podem ser fatais, se o diagnóstico
não for rápido e o doente não receber tratamento correto. O tratamento
deve ser feito com acompanhamento médico,
usando-se antibióticos para combater a infecção e medicamentos para
combater a diarréia e prevenir a desidratação. A prevenção da cólera
pode ser feita através de vacina e principalmente através de medidas de
higiene e saneamento básico. A vacinação é de responsabilidade do
governo. No caso da cólera, não há garantia de que todas as pessoas
vacinadas fiquem imunes à doença. Estima-se que a vacina existente tenha
um grau de eficácia inferior a 50%.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença bacteriana,
que afeta humanos e animais, causada pela bactéria do gênero
Leptospira. É transmitida pela água e alimentos contaminados pela urinas
de animais, principalmente o rato. É uma doença muito comum depois de enchentes, pois as pessoas andam sem proteção em águas contaminadas.
Em humanos a leptospirose causa uma
vasta gama de sintomas, sendo que algumas pessoas infectadas podem não
ter sintoma algum. Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor
de cabeça forte, calafrio, dor muscular e vômito. A doença também pode
causar os seguintes sintomas: olhos e pele amarelada, olhos vermelhos,
dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a leptospirose não for
tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite (inflamação na
membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e
problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal.
Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de
modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de
sangue ou urina.
Hepatite
É uma inflamação no fígado que pode ser provocada por vários tipos de vírus.
Os sintomas são parecidos com os da gripe e há também icterícia
(coloração amarelada da pele causada pelo depósito de uma substância
produzida pelo fígado). A pessoa precisa ficar em repouso e seguir as
orientações médicas.
Algumas formas de hepatite são transmitidas por água e alimentos contaminados por fezes (Tipo A e E). Outros tipos são transmitidos por transfusão de sangue (B, C) ou por relações sexuais.
Quem já teve hepatite não pode doar sangue, já que o vírus às vezes continua no organismo, mesmo que não haja sintomas da doença.
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Para algumas formas de hepatite (A e B) há uma vacina que pode ser aplicada em crianças e adultos
Esquistossomose
É também chamada Xistosa, ou doença do caramujo. Ela é provocada por um verme chamado esquistossomo.
Os vermes vivem nas veias do intestino e podem provocar diarréia,
emagrecimento, dores na barriga, que aumenta muito de volume
(barriga-d'água), e problemas em vários órgãos do corpo.
Os ovos do esquitossomo saem junto com
as fezes da pessoa contaminada. Se não houver fossa ou rede de esgotos,
eles podem chegar a água doce (lagos, lagoas ou riachos, margens de
rios, etc). Na água, os ovos dão origem a pequenas larvas (animais
diferentes dos vermes adultos) chamados miracídios. As larvas penetram
em um tipo de caramujo chamado planorbídeo. No interior do caramujo,
elas se reproduzem e se transformam em outras larvas, as cercárias, que
saem do caramujo e ficam nadando livres na água.
A cercária pode
penetrar, através da pele, nas pessoas que usam a água de lagos, lagoas,
riachos e outros locais para tomar banho, lavar roupa, trabalhar,
pescar ou outras atividades.
Além de tratar o doente com
medicamentos, é necessário instalar um sistema de esgotos para impedir
que os ovos atinjam a água. As pessoas precisam também ter acesso a água
de boa qualidade e ser informadas sobre as formas de transmissão da
doença.
É preciso também combater o caramujo
que transmite a esquistossomose com produtos químicos e com a criação de
peixes que se alimentam do caramujo, como a tilápia, o tambaqui e o
piau. Esses peixes podem ser consumidos pelas pessoas sem risco de
contaminação.
Água, mosquitos e doenças
Muitos mosquitos põem ovos na água parada. Dos ovos saem larvas, que depois se tornam mosquitos adultos.
Uma forma de combater as doenças transmitidas por mosquitos é justamente evitar o acúmulo de água parada em vasos de plantas, latas vazias, pneus velhos, garrafas, etc. Caixas-d'água, tanques e outros reservatórios devem ficar sempre tampados.
Veja a seguir algumas doenças transmitidas por mosquitos.
A dengue é uma das maiores preocupações em relação a doenças infecciosas atualmente no Brasil. O Estado de São Paulo
registrou a ocorrência de 78.614 casos autóctones (adquiridos no
próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, entre janeiro e outubro de
2007, com considerável expansão da doença para novas áreas. Durante
todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 casos em 254 municípios.
Atualmente, temos 508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.
O que é dengue?
É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti)
que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex),
que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos
quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas
manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça
e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de
apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas
vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido
(coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento
(em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida
diretamente de uma pessoa para outra.
O que uma pessoa deve fazer se achar que está com dengue?
- Procurar um Serviço de Saúde logo no começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas com a dengue, e têm outro tipo de tratamento.
- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre).
- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos.
- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento.
Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.
O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.
- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre).
- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos.
- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento.
Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.
O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.
Como é feito o diagnóstico de dengue?
O diagnóstico inicial de dengue é
clínico (história + exame físico da pessoa) feito essencialmente por
exclusão de outras doenças. Feito o diagnóstico clínico de dengue, alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas)
podem trazer informações úteis quando analisados por um médico, mas não
comprovam o diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em
várias outras infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada
por algum motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta
a presença de anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a ficar
reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença.
É necessário esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento?
Não. Uma vez que, excluídas
clinicamente outras doenças, a dengue passa a ser o diagnóstico mais
provável, os resultados de exames (que podem demorar muito) não podem
retardar o início do tratamento. O tratamento da dengue é feito, na
maioria das vezes, com uma solução para reidratação oral (disponível nas
Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível.
A comprovação do diagnóstico de dengue é útil para o tratamento da pessoa doente?
Não. A comprovação sorológica do
diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades
(vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o
resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter
melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame
sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a
infecção (o que é irrelevante) e nem se a dengue é "hemorrágica".
O que é dengue "hemorrágica"?
Dengue "hemorrágica" é a dengue mais
grave. Apesar do nome, que é impreciso, o principal perigo da dengue
"hemorrágica" não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial
muito baixa (choque). É importante saber que outras doenças, como a
meningite meningocócica, podem ser muito parecidas com a dengue, embora a
pessoa fique grave muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia
de doença). A dengue pode se tornar mais grave apenas quando a febre
começa a diminuir. O período mais perigoso está nos três primeiros dias depois que a febre começa a desaparecer. Pode aparecer qualquer uma dessas alterações:
- dor no fígado (nas costelas, do lado direito)
- tonteiras, desmaios
- pele fria e pegajosa, suor frio
- sangramentos
- fezes escuras, parecidas com borra de café
- dor no fígado (nas costelas, do lado direito)
- tonteiras, desmaios
- pele fria e pegajosa, suor frio
- sangramentos
- fezes escuras, parecidas com borra de café
O que fazer se aparecer qualquer um desses sintomas?
Procurar imediatamente o Centro Municipal de Saúde ou o Hospital mais próximo.
A dengue "hemorrágica" só ocorre em quem tem dengue pela segunda vez.
Não. A forma grave da dengue também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez.
A dengue "hemorrágica" é obrigatória em que tem a doença pela segunda vez?
Não. O risco é maior do que na primeira
infecção, mas a imensa maioria das pessoas que têm a doença pela
segunda ou terceira vez não apresenta a forma grave da dengue.
Quantas vezes uma pessoa pode ter dengue?
Até quatro vezes, pois existem quatro
tipos diferentes do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4). No Rio de Janeiro,
até agora, existem os tipos 1, 2 e 3. Cada vez que a pessoa tem dengue
por um tipo, fica permanentemente protegido contra novas infecções por
aquele tipo. É por isso que só se pode ter dengue quatro vezes.
Quem teve dengue fica com alguma complicação?
Não. A recuperação costuma ser total. É
comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que
desaparece completamente com o tempo.
Todo mundo que é picado pelo Aedes aegypti fica doente?
Não. Primeiro é preciso que o Aëdes
esteja contaminado com o vírus da dengue. Além disso, cerca de metade
das pessoas que são picadas pelo mosquito que tem o vírus não apresenta
qualquer sintoma.
O que fazer para diminuir o risco de pegar dengue?
O Aedes aegypti é um mosquito
doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único
modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a
introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos
transmissores. Isso é muito importante porque, além da dengue, o Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela.
O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.
O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela),
para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é
transmitida por mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na
América do Sul e na África. No Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas). Uma pessoa não transmite febre amarela
diretamente para outra. Para que isto ocorra, é necessário que o
mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado,
pique um indivíduo que ainda não teve a doença e não tenha sido
vacinado.
A transmissão da febre amarela em área silvestre é feita por intermédio de mosquitos do gênero (principalmente) Haemagogus. O ciclo do vírus em áreas silvestres é mantido através da infecção de macacos e da transmissão transovariana (passado de mosquito para os seus descendentes, filhos) no próprio mosquito. A infecção humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em áreas de cerrado ou de florestas. Uma vez infectada, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti, que então pode iniciar a transmissão da febre amarela em área urbana. Uma pessoa pode ser fonte de infecção para o mosquito desde imediatamente antes de surgirem os sintomas até o quinto dia da infecção. |
O Aedes aegypti torna-se capaz de transmitir o vírus da febre amarela 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada. No Brasil, a transmissão da febre amarela em áreas urbanas não
ocorre desde 1942. Em áreas de fronteiras de desenvolvimento agrícola,
pode haver uma adaptação do transmissor silvestre ao novo habitat e ocorre a conseqüente possibilidade de transmissão da febre amarela em áreas rurais ("intermediária").
Malária
Malária ou paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A malária mata 3 milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS,
e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a principal
parasitose tropical e uma das mais freqüentes causas de morte em
crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a
cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30
segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos
cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles.
A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas
pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em cidades
situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros, no
entanto, o risco de aquisição de
malária é pequeno. Os mosquitos têm maior atividade durante o período
da noite, do crepúsculo ao amanhecer. Contaminam-se ao picar os
portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta
para outras pessoas. O risco maior de aquisição de malária é no
interior das habitações, embora a transmissão também possa ocorrer ao ar livre.
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O mosquito da malária
só sobrevive em áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas
superiores a 15°C, e só atinge número suficiente de indivíduos para a
transmissão da doença em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca
de 20-30°C, e umidade alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e
alimentam-se de sangue. Os machos vivem de seivas de plantas. As larvas
se desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante
as estações com chuva abundante.
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