terça-feira, 24 de setembro de 2013

Impacto Ambiental das Atividades Agrícolas




Impacto Ambiental das Atividades Agrícolas



Dada a diversidade agroecológica do território nacional e a variabilidade sócio-econômica existente no país, a agricultura brasileira é uma realidade heterogênea e complexa em seus sistemas e estruturas de produção. De forma sintética, poder-se-iam citar dois extremos de sistemas de produção.

De um lado, os sistemas agrícolas mais primitivos que consomem muitos recursos naturais (desmatamento, perda de solos, redução da fertilidade natural, erosão genética etc.). Eles são frequentes no caso de Rondônia, Acre, Pará e Mato Grosso, por exemplo, onde a fronteira agrícola ainda está em expansão.

Área desmatada por um pequeno agricultor em Rondônia
No outro extremo, com inúmeras combinações intermediárias, estão sistemas de produção altamente intensificados que consomem relativamente menos recursos naturais no local, mas introduzem no meio ambiente novos elementos e produtos causadores de desequilíbrios (inseticidas, pesticidas, fertilizantes, sais etc.). É o caso da citricultura, da cerealicultura, da cana-de-açúcar, do algodão, de fruticultura irrigada e de outros cultivos em S. Paulo e em outras regiões do país, onde a fronteira agrícola não se expande mais e os processos de produção se intensificaram.

Agricultura mecanizada na região sul de São Paulo
Os sistemas mais tradicionais, por razões sócio-econômicas, evoluem pouco ou lentamente e mantém de forma crônica e constante seu impacto ambiental. Os sistemas de produção mais intensificados, em geral, adotam mais rapidamente novas tecnologias e procedimentos e levam a uma redução progressiva de seu impacto ecológico e/ou a novos impactos. Convenientemente orientados, estes sistemas podem concorrer para a melhoria da qualidade ambiental, como se verifica hoje em países desenvolvidos e em várias regiões do país. Mesmo assim, cada sistema de produção, mesmo intensificado, é um caso particular: são coisas distintas avaliar-se o impacto ambiental da cana, do café, da soja, das pastagens ou da citricultura. Cada tipo de uso das terras gera um impacto particular.
Por essas razões, cada uma dessas avaliações de impacto ambiental (AIA) da agricultura devem combinar três elementos principais:
  • a AIA da localização atual do cultivo,
  • a AIA da evolução espaço-temporal do uso das terras e
  • a AIA das técnicas e tecnologias empregadas nos sistemas de produção

Há vários anos o Núcleo de Monitoramento Ambiental, em parceria com várias instituições, vem conduzindo e apoiando vários projetos e ações de pesquisas ligados ao entendimento do impactos ambientais induzidos pelas atividades agrossilvopastoris na Amazônia, no Nordeste, no Centro-Oeste e na região Sul-Sudeste. As principais diretrizes do CNPM nesse campo são:

  • Abranger, em suas ações de pesquisa e atendimento à comunidade, as principais regiões macroecológicas brasileiras, adequando e sistematizando métodos, técnicas e procedimentos às suas particularidades e características próprias: 
    • Floresta Tropical Úmida;
    • Campos e Cerrados;
    • Áreas de Montanha;
    • Trópico Semi-Árido;
    • Pantanal;
    • Áreas Subtropicais;
    • Ambientes Costeiros e Insulares.
  • Abranger, em suas ações de pesquisa e atendimento à comunidade, os principais sistemas de produção e cultivo prati cados no país, adequando e sistematizando métodos, técnicas e procedimentos às suas particularidades e características próprias:
    • Agricultura de fronteira agrícola;
    • Agricultura extensiva;
    • Agricultura moderna e intensiva;
    • Agricultura de pequenas unidades de produção;
    • Sistemas de coleta e extrativismo.

  • Interagir com instituições nacionais e estrangeiras na sua área de atuação, evitando a duplicidade e promovendo o sinergismo das competências e potencialidades pré-existentes.
  • Garantir a alta eficiência de seus recursos humanos e materiais, inves tindo regularmente em:
    • especializações, reciclagem, intercâmbio e aperfeiçoamento do corpo técnico-científico e administrativo;
    • aprimoramento dos aspectos estruturais e organizacionais;
    • aquisição e manutenção de equipamentos, sist emas, tecnologias e instrumentação modernos e eficientes no seu campo de atuação.

  • Garantir condições permanentes de relativa autonomia té cnico- administrativa, valorizando a auto-sustentabilidade preferencial de suas atividades e projetos, através de sistema interno de gestão participativa e da captação de recursos financeiros pró prios de fontes diversificadas.

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