O futuro do mercado laboral passa por empregos mais qualificados nas áreas das energias,ambiente, tecnologias de informação, saúde e turismo, defendeu hoje em entrevista à agência Lusa o presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Para Francisco Madelino, “há como que uma dualização das tendências do mercado de trabalho, que cada vez precisa de profissões mais qualificadas, que vão ser bem mais remuneradas nas áreas de aposta”.
Depois, segundo o responsável do IEFP, há um conjunto de necessidades que vão precisar deprofissões operárias qualificadas, de nível intermédio.
“Não serão pessoas licenciadas, mas que serão bem pagas, para fazer trabalhos de manutenção doméstica e outros”, disse.
Os empregos mais desqualificados, por sua vez, vão contar com uma concorrência forte e crescente da população imigrante, referiu.
Com o mercado laboral ainda a recuperar da crise que fez o número de desempregados disparar emPortugal para perto dos 600 mil, o responsável do IEFP acredita que há novas áreas de aposta.
“Eu acho que há áreas novas que vão nascer, nomeadamente as áreas das energias verdes, na área da poupança energética e novas energias. São áreas de muito futuro”, disse.
Seguem-se as engenharias ambientais, tecnologias da informação e de aplicação aos equipamentos industriais, a área da saúde, com o envelhecimento demográfico e também o turismo.
“Depois há um segundo segmento de empregos que continuarão sempre a ter procura e que são tudo aquilo que tem a ver com profissões operárias qualificadas ou mesmo até com qualificações mais baixas – desde a construção civil, seguranças, ‘call centers’”, acrescentou.
Segundo Francisco Madelino, este desenvolvimento ao nível das qualificações é o que as economias precisam para se modernizarem, nomeadamente a portuguesa.
“Se olharmos para as estatísticas do INE, elas dão-nos já uma grande substituição de trabalhadores desqualificados por trabalhadores mais qualificados, isto é, abaixo do 12.º ano estão a ser destruídos centenas de milhares de empregos e pelo contrário acima do 12.º ano verificamos uma criação líquida de emprego”, sinalizou.
“Infelizmente esta criação líquida não compensa a destruição, mas percebemos que a crise está a afetar quem não tem qualificações”, acrescentou.
A Europa está neste momento a discutir o documento “New skills for new jobs”, uma tentativa de definir as tendências do mercado laboral para os próximos dez anos (até 2020) e de perceber quais as qualificações necessárias para responder às ofertas de trabalho.
Segundo Francisco Madelino, trata-se de um relatório que a Europa deve concluir até final deste ano “para ser um documento orientador de toda a política de emprego em termos europeus, para apostar nessas profissões”.
De acordo com os dados do European Centre for the Development of Vocational Training (CEDEFOP), até 2020, a Europa deverá criar sete milhões de novos postos de trabalho, requerendo um trabalho mais qualificado.
ICO
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Nenhum comentário:
Postar um comentário